por Paula Borsoi - membro EBP/AMP - diretora do ICP-RJ
Sob esse título instigante estaremos todos reunidos em novembro para participar das próximas Jornadas Clínicas da Seção Rio e do ICP-RJ. Este momento é uma conclusão dos trabalhos realizados durante todo o ano e algo mais. O algo mais vem justamente do tema porque, além de aludir à questão do sonho e de sua interpretação, para a psicanálise, fundamentalmente, o sonho engendra o insconsciente e o sintoma. Esses dois conceitos, inconsciente e sintoma, fazem parte, já há algum tempo, de nossa pesquisa no Instituto.
O sonho e seu relato, seu endereçamento através da transferência, é como um texto que precisa ser lido. A insistência desconcertante do real de nossa época, a manifestação de algo, ali onde não era esperado, trazida pelo sonho como manifestação do insconsciente, abre uma via de orientação que renova a prática da psicanálise.
Qual o lugar da interpretação do sonho hoje numa análise?
Podem o endereçamento e o relato do sonho serem tomados como recursos para tratar o gozo desregulado e invasivo, hoje tão presente no sintoma?
Como o inconsciente transferencial e decifrável se articula ao resíduo do sonho, seu umbigo, sendo o inanalisável?
Essas e muitas outras questões, devem servir para causar o desejo de cada um de vocês para enviar trabalhos e para participar ativamente das discussões, tanto nas preparatórias quanto nas diversas atividades realizadas em torno desse tema, mas principalmente, e é isso que esperamos, para resultar em uma presença de peso no dia das Jornadas.
A Conversação dos Núcleos de pesquisa do Instituto, que antecede a abertura das Jornadas, já é uma tradição da nossa participação. Desta vez, a conversação foi elaborada de forma tal que, visando ampliar o trabalho realizado pelos núcleos, as questões serão apresentadas, comentadas e discutidas de modo a incluir toda a nossa comunidade.
Para as Jornadas deste ano, o ICP tem realizado um trabalho muito participativo junto à diretoria da Seção Rio e suas coordenações, tanto epistêmica como geral, visando contemplar não só a presença de todos que estão próximos do Instituto, através da cobrança de um preço diferenciado que facilite essa participação, como com o convite para participação em comissão, além de apostar numa divulgação feita de modo cotidiano nas aulas e Núcleos.
Ressaltamos que todo o trabalho desenvolvido no Instituto é sustentado pela Escola e por seus membros. Nosso esforço tem sido o de renovar nossa oferta de cursos, introduzindo novos elementos que nos permitam avançar em nossa modalidade de transmissão da psicanálise, que não se faz sem articular teoria e clínica.
Convido cada um de vocês a se engajar nesse movimento de desejo, seguindo a aposta de transmissão que fazemos no Instituto: uma abertura clínica à altura de responder aos novos desafios colocados para a psicanálise no mundo atual.
Espero, verdadeiramente, que seja um bom encontro de trabalho, daqueles que deixam na nossa experiência uma marca.
Até lá!
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